COVID 19 - Ensino Superior vai ser "de certeza presencial" a partir de setembro
O ministro da Ciência e do Ensino Superior afirmou hoje que
o ensino superior "vai ser de certeza presencial" a partir do novo
ano letivo e que deve dar o exemplo de como aprender a viver com a pandemia.
"Vai ser de certeza presencial, disso temos a
certeza", declarou o ministro Manuel Heitor, à margem de uma
iniciativa sobre o pós-covid-19, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
O governante vincou que cabe às instituições fazerem a
adaptação necessária à nova realidade e lembrou que a própria acreditação dos
cursos depende do ensino presencial e não se coaduna com a exceção das
aulas à distância imposta durante o estado de emergência.
Manuel Heitor sublinhou que o ensino é para começar em setembro "como
não podia deixar de ser da forma presencial até porque todos os cursos e todas
as ações estão acreditadas para funcionarem na forma presencial e por
isso o arranque do ano letivo é feito exatamente nas
condições para as quais os cursos foram acreditados".
O ministro ressalvou que o regresso "obviamente tem de
ser feito com responsabilidade, mas se não é o Ensino Superior a mostrar e a
ensinar às pessoas como é que se vive com responsabilidade, quem é que poderá
ser?".
"Por isso são também as instituições de Ensino Superior
aquelas que são mais adequadas a ensinar as regras", reiterou.
O ministro voltou a apelar à "adaptação para evitar a
acumulação em transportes públicos", considerando que "essa é a
questão mais crítica, não é dentro das instituições, é o acesso às
instituições", nomeadamente nos maiores centros populacionais.
"Por isso tenho apelado para desdobrar horários e
tentar cumprir as normas, certamente o uso obrigatório de máscaras, mas
garantindo sempre, sempre o ensino presencial porque também se não for assim os
cursos perdem a sua acreditação", vincou.
As condições excecionais do estado de emergência
que obrigou ao ensino à distância estão revogadas, lembrou o governante,
para frisar que agora "é preciso garantir que haja ensino presencial,
salvo algum imprevisto".
O ministrou lembrou que há orientações claras emanadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em Portugal, transcritas pela Direção-Geral
da Saúde, que vão evoluir e considerou que hoje é sabido que "temos de
aprender a viver com a pandemia e com as futuras pandemias."
O governante salientou que só deverá haver uma vacina para o
novo coronavírus "se calhar daqui a um ano e meio e, até lá, é
preciso levar mais jovens para o Ensino Superior e ensinar-lhes também a viver
e a conviver com a pandemia".
A mobilidade internacional de estudantes poderá ser afetada pelas
restrições à circulação para evitar a propagação da pandemia, no entanto o
ministro defende que é preciso "claramente passar a mensagem" que tem
de se continuar a reforçar a mobilidade, quer a nível europeu, quer dos países
de expressão portuguesa.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de
450 mil mortos e infetou mais de 8,4 milhões de pessoas em 196 países
e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.524 pessoas das 38.089 confirmadas
como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral
da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no
final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro,
o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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