ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - José Alves de Oliveira Coimbra (1883 -1936)
José Alves de
Oliveira Coimbra nasceu em Gavinhos, Figueira de Lorvão, no dia 19 de
Julho de 1883. Filho de José Alves Marques e de Maria Manuela de Oliveira
Coimbra, foi baptizado em 5 de Agosto de 1883 naquela freguesia pelo Padre José do Souto Gama, tendo como
padrinho Manuel Alves Marques, padre.
Além de farmacêutico e comerciante em diversos ramos, fez parte do
núcleo mais activo do movimento republicano em Penacova.
Em 1908 integrou a primeira Comissão Republicana, saída da reunião
que no dia
8 de Março de 1908 teve lugar no
edifício onde funcionavam as fábricas[1]
de José Pedro Henriques. Comissão que apresentou como membros efectivos, Rodolfo Pedro da Silva, médico, José Alves de
Oliveira Coimbra, comerciante, José Pedro Henriques, industrial, e Amândio dos
Santos Cabral, proprietário. Em 1910 será tesoureiro do Centro Democrático António José
de Almeida, em Penacova.
Foi este grupo que no dia 6 de Outubro de 1910 percorreu a vila “convidando
os cidadãos para assistirem à proclamação da República nos Paços do Concelho” –
refere o Jornal de Penacova.
José Alves de Oliveira Coimbra fez parte da primeira Comissão Administrativa,
presidida por Amândio dos Santos Cabral, empossada no dia 12 de Outubro, data
em que cessou funções, como Presidente da Câmara, Joaquim António da Silva
Tenreiro.
Pouco tempo depois esta Comissão foi dissolvida e uma nova equipa foi nomeada pelo Governador
Civil. Verificam-se alterações em relação à precedente, dado que para a
presidência foi escolhido António
Moncada, substituindo Amândio Cabral que
ficará com o cargo de Administrador
Concelhio. Será nesta Comissão (empossada a 24 de Outubro e dissolvida em Março
seguinte) que José Alves assume a Vice-Presidência.
Voltará em 1913, quando a instabilidade política se
verificava, também em Penacova. Neste
ano, mais uma Comissão foi nomeada, liderada por Alberto de Castro, advogado. José
Alves de Oliveira Coimbra volta a ser Vice-Presidente e, num pequeno período em que Alberto de Castro assumiu o
cargo de Administrador Concelhio, assumiu a Presidência da Comissão, o mesmo é dizer, em
sentido lato, a Presidência da Câmara. Nesta fase encontramos
republicanos que, declaradamente,
assumem posições afectas ao Partido Democrático. Além de Alberto de Castro,
também José Alves de Oliveira Coimbra se afastou da orientação política de
António José de Almeida e se aproximou da corrente afonsista.
A intervenção política de José Alves de Oliveira Coimbra perdeu
algum fulgor e centrou-se no Jornal
de Penacova do qual será proprietário, editor e director durante quase toda
a década de vinte. Em 1920, quando Amândio Cabral, já no Brasil, cedeu a propriedade daquele jornal, foi a empresa "Alves Coimbra & Cª
Lda" que o comprou, passando a ser impresso na “Tipografia Alves Coimbra”.
Em termos profissionais, depois de “8 anos de boa prática
farmacêutica”, fez exame para Farmacêutico de 2ª classe, em Julho de 1905 , na
Escola de Farmácia de Coimbra.
Sócio principal da Firma Alves Coimbra & Cª Lda, muda, em 1908,
o comércio de mercearia e ferragens da Rua Alves Mendes "para o prédio no
Largo Alberto Leitão, ainda em construção, propriedade de Augusto Leitão".
Nos finais da década de vinte, foi também proprietário e gerente da Hospedaria
de Penacova (antigo Penacova-Hotel). O Jornal de Penacova, de 12
de Setembro de 1931, insere publicidade
desta unidade hoteleira, num tempo em que as diárias variavam entre 18 e 20
escudos.
Em Agosto de 1931 o Jornal de Penacova, lançou a ideia de se colocar uma lápide na
"casa solar da família Almeida" em de Vale da Vinha e abriu uma
subscrição para o efeito. José Alves de Oliveira Coimbra dará o exemplo,
contribuindo desde o primeiro momento.
Faleceu em Penacova no dia
3 de Outubro de 1936, com 53 anos de idade.
> David Gonçalves de Almeida
[1]
Muito
provavelmente, ocupava o edifício onde funciona hoje a Escola Beira-Aguieira.
Edifício que, segundo fotografias de 1909, já tinha a estrutura actual.
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