Últimas Notícias

OPINIÃO - O nosso Reconquinho merece tudo!



De vez em quando é bom rememorar a nossa meninice e, igualmente, remoçar o nosso espírito!

Alegra-nos a alma,  exercita-nos a memória...e, até, nos faz correr uma lágrima ou outra, lubrificando o saco lacrimal.

Ora bem, é neste pressuposto que eu estou a escrever esta minha Opinião, que procura lançar uma ideia de Associação civilista, que não seja -como tem sido normal na nossa terra- a favor disto contra aquilo ou contra aqueles em favor destes...

Eu aprendi a nadar no Reconquinho com 6 anos; a minha saudosa Mãe, Zélia Pais, ia pra lá lavar a roupa da nossa Família da Carvoeira e eu e outros putos da minha idade (falamos do princípio dos anos 60) fazíamos daqueles espaços (Penedo da Carvoeira; Campo da Bola; Ingoeiro, etc) os tronos da nossa liberdade de crianças felizes e passávamos o dia a inventar modos de os passar: correr; jogar à bola de trapos, às escondidas (téréré, cunha, cunha, cunha...) ao fito (que levava os desgraçados dos botões todos dos calções; ao prego e, naturalmente iniciávamos o espírito competitivo da natação.

Naquela altura, convém não esquecer nunca, as nossas brincadeiras eram feitas do que a vida de pobres nos dava sem cobrar e, por isso, o Reconquinho fazia o favor de nos deixar nadar gratuitamente e eu penso que todos (ou muitos, muitos, vamos lá) aprenderam a nadar ali.

Recordo aqui, entre outros: o Emídio, o Quim Miro, o Mapril, o Félix, o Quim Gato, o Arsénio - da Carvoeira - e o Alvarinhas, o Genito, o Zé Pedoda, o Zé Manel Paralta, o Jori, o Abílio e o Quim Penso, o meu primo Manel Pais, o Baby - de Penacova - e, claro está, o meu irmão Valdemar.
Alguns já foram, mas outros estão cá, ainda de pedra e cal...

Depois tivemos por lá uns namoricos, acompanhando as “filhas dos Aristas”, primeiro e as “filhas dos Campistas”, seguidamente ...

É isso mesmo, os Campistas começaram a ir para o Reconquinho fazer campismo libertário, que hoje se chama selvagem e, em determinada altura, nós crianças felizes demos conta que o nosso “Campus” tinha sido fechado e ali colocado o Parque de Campismo da Federação, que ainda hoje lá está de boa saúde; mas, para quem não sabe, esse “roubo” para que hoje olhamos, até, como rasgo no desenvolvimento, foi visto como uma brutal e traumática ocupação!

Vem de antes desses tempos o epíteto de Praia Fluvial do Reconquinho; vem de antes desses tempos a construção anual da Ponte de Reconquinho; vem de antes desses tempos o fluxo de turistas (Aristas) para a nossa terra, com a diferença que ficavam por cá, com as suas famílias inteiras, durante os meses de Verão, movimentando a economia local.

Nos anos 70, passei a gostar do Reconquinho -e do Ingoeiro- para passar o tempo livre a exercitar a mente -e a paciência- a pescar, o que ainda se mantém.

Nos anos 60/70, em Abril, iniciava-se o período da nossa ida pro Rio e mandava-se o primeiro mergulho, que só parava em Outubro.

Recordo episódios diversos como o de um mergulho da minha querida amiga Nair, que nunca mais acabava e que ia correndo muito mal; recordo-me de cenas hilariantes que davam um livro de contos.

No início do segundo quinquénio dos anos 2000, com a minha mulher, Ana –Amante de nome e, bem assim, da terra e dos locais e das gentes que a acolheram tão bem- passei a desfrutar o Reconquinho, caminhando, o que se mantém, intercalado com os almoços e lanches  na Edite, que, com a sua família, beneficia -e muito- este local, o que é de bom tom reconhecer.

Mas, agora, aqui, SÓ QUERO concentrar a ideia -e o esforço- na fundação da Associação dos Amigos do Reconquinho (ADMIRO) cujo objectivo será zelar e ajudar na preservação desse espaço sem igual no mundo inteiro, que nos compete deixar para os nossos filhos e netos, tal como os nossos Pais fizeram para nós próprios.

E esperar uma grande adesão cívica a esta ideia, recordando-me, sem esforço de muitos Amigos que encontro sempre que lá vou ou que vejo esforçarem-se para o manter, desenvolver...e fruir (cantando-o, escrevendo-o, gozando-o, preservando-o).

Sem políticas; sem interesses; sem intrigas; sem tricas; ... sem aproveitamentos.

Tudo em prol do Reconquinho e da nossa terra, Penacova!

Luís Pais Amante

Ps: Esta minha Opinião, que partilho convosco é o primeiro escrito que faço (observando e fotografando a “construção da Praia Fluvial 2020”) a partir da Casa Azul, agora em finais de recuperação.

2 comentários:

  1. Muito bem,Luiz.
    Obrigada por continuares a ser um amante de Penacova.
    Fomos todos muito felizes por aqui...esperamos que muitos nos sigam os passos.
    Tua amiga Fátima Viseu da Fonseca

    ResponderEliminar
  2. Conhecedor -apesar de não ter Facebook- da adesão dos leitores do PenacovaActual ao que escrevi sobre o nosso Reconquinho, quero agradecer a todos e, igualmente, ao Pedro Viseu que me permite um contacto mais directo com os meus conterrâneos, com os meus amigos e com os meus leitores. Bem hajam
    Luís Pais Amante

    ResponderEliminar


Leia as regras:

1 - Os comentários ofensivos não serão publicados.
2 - Os comentários apenas refletem a opinião dos seus autores.