INCÊNDIOS - ANEPC decreta 10 distritos em alerta especial laranja nas próximas 72 horas
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC)
decretou hoje a passagem de 10 distritos, maioritariamente no interior, ao
estado de alerta especial laranja nas próximas 72 horas devido a risco de
incêndio rural muito elevado ou máximo.
A informação foi avançada hoje em conferência de imprensa na
sede da ANEPC (Oeiras), pelo comandante operacional nacional, Duarte Costa, que
afirmou estarem “reunidas as condições favoráveis à eventual ocorrência da
propagação de incêndios rurais”, tendo por base as previsões meteorológicas do
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para os próximos dias.
O comandante Duarte Costa referiu que as condições previstas
para as próximas 72 horas são de tempo seco e quente, com humidade relativa no
ar inferior a 20%, vento moderado a forte, sobretudo nas terras altas,
temperaturas máximas superiores a 36 graus no sotavento algarvio e no interior
norte e possibilidade de trovoada seca no interior norte e centro.
“A ANEPC, através do seu comando nacional, decretou a
passagem para o estado de alerta especial laranja para os seguintes distritos:
Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Portalegre, Santarém, Vila
Real e Viseu”, disse o comandante Duarte Costa, crescentando que se mantém
o estado de alerta especial amarelo para os restantes distritos do país.
O comandante Duarte Costa adiantou que a ANEPC decidiu fazer
o pré-posicionamento de dois grupos de ataque ampliado, um na base de apoio
logístico de Vila Real e o outro em São Marcos da Serra, Silves, e de uma
brigada de combate a incêndios em Barranco do Velho, distrito de Faro.
“Solicitou-se ainda a manutenção do empenhamento do
dispositivo de vigilância e a manutenção do estado de prontidão do dispositivo
operacional, todo aquele associado às missões de ataque ampliado. Quanto ao
dispositivo aéreo está na sua disponibilidade total, permanente, e na máxima
força e vamos também incrementar ações de monitorização estratégica
consideradas como convenientes”, disse.
A ANEPC pediu ainda ao Instituto de Conservação da Natureza
e Florestas (ICNF) “a localização das máquinas de rasto prontas para o emprego
operacional nos distritos de Braga, Vila Real, Aveiro, Viseu, Leiria, Castelo
Branco, Portalegre, Santarém e Faro” e às Forças Armadas a passagem a nível amarelo
do Plano Hefesto, de apoio à Proteção Civil nas ações de combate e prevenção de
fogos rurais.
O comandante Duarte Costa apelou ainda à “adequação dos
comportamentos de todas as pessoas, numa atitude de cidadania responsável face
à situação de perigo de incêndio rural”, recordando a proibição de
queimadas e de uso do fogo em zonas críticas e de floresta enquanto vigorar o
período crítico de combate a incêndios, até 30 de setembro.
Pediu ainda que as populações evitem deslocar-se para zonas
de incêndio “apenas para ver a ocorrência”.
“Uma súbita mudança de vento pode ter consequências
imprevisíveis sobre a presença de populares nas imediações dos incêndios por
muito pequenos que possam parecer, mas que rapidamente podem evoluir para
cenários mais destruidores”, disse.
No dia em que se soube que o Governo desbloqueou uma verba
de cerca de quatro milhões de euros para pagar às associações humanitárias de
bombeiros integradas no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, o
comandante nacional recusou fazer comentários, confirmando apenas os pagamentos
no valor “considerado necessário para pagar a todas as associações
humanitárias”.
Questionado se podem ser dadas garantias que os
constrangimentos nos pagamentos não vão repetir-se nos próximos meses, disse
que apenas pode dar “garantias operacionais” na qualidade de comandante
operacional nacional da ANEPC e que outras questões devem ser remetidas “às
entidades competentes”.
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