ENSINO - Escola Digital prevê distribuição de 100 mil equipamentos no regresso às aulas
O programa Escola Digital, que prevê a distribuição de
computadores por alunos e professores, vai disponibilizar na primeira fase 100
mil equipamentos, contou à Lusa o presidente da Confederação Nacional das
Associações de Pais (Confap).
O diretor-geral da Direção-Geral dos Estabelecimentos
Escolares (DGEstE) disse que, "nesta primeira fase, o objetivo é
entregar 100 mil equipamentos às escolas, sendo dada prioridade aos alunos
mais carenciados", revelou Jorge Ascenção, presidente da Confap.
Elementos da Confap estiveram na semana passada
reunidos com responsáveis da DGEstE para debater várias questões
sobre o próximo ano letivo, que começa entre 14 e 17 de setembro,
sendo um dos temas o programa Escola Digital.
Em abril, o primeiro-ministro António Costa prometeu
que durante o novo ano letivo estaria assegurada a
universalidade de acesso em plataforma digital, rede e equipamento para todos
os alunos do ensino básico e secundário.
As escolas públicas têm cerca de 1,2 milhões de alunos que
em março deixaram ter aulas presenciais devido à evolução da pandemia de covid-19.
O ensino à distância veio revelar que havia uma
percentagem de estudantes que estava desligada da escola, por falta de
equipamentos ou de rede.
No mês passado, o ministro da Educação, Tiago Brandão
Rodrigues, anunciou uma verba de 400 milhões de euros para o programa Escola
Digital que prevê, entre outras medidas, a distribuição de equipamentos por
alunos e docentes.
Na altura, Tiago Brandão Rodrigues explicou que o programa
seria implementado de forma faseada e que seria dada prioridade aos
alunos abrangidos por ação social escolar (ASE), até se conseguir
chegar à universalidade da medida.
A Lusa contactou o gabinete do ministério da Educação,
mas não obteve resposta até ao momento.
Segundo a Confap, será dada prioridade às situações
de ASE, mas com a flexibilidade de acordo com as necessidades dos alunos,
nomeadamente numa situação de confinamento.
As aulas vão começar com o regresso ao ensino presencial,
mas em cima da mesa continua a hipótese de as escolas terem de avançar para o
ensino misto ou mesmo à distância, dependendo estas medidas do eventual
aparecimento de casos de infeção de covid-19 entre a comunidade
escolar.
Os pais defendem que os equipamentos devem pertencer às escolas
e estar disponíveis em caso de necessidade.
Em declarações recentes à Lusa, também os diretores escolares
sugeriram que este programa deveria seguir um modelo semelhante ao da
distribuição de manuais escolares: "São gratuítos mas a titulo
de empréstimo", resumiu Filinto Lima, presidente da Associação
Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
A Confap propôe ainda que as despesas com
computadores e outros equipamentos imprescindíveis no processo educativo devam
ser elegíveis em sede de IRS.
Em média, no ano letivo de 2018/2019 havia nas
escolas um computador com ligação à internet para quase cinco alunos
(4,9), segundo dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência (DGEEC) publicados em julho.
No entanto, tanto diretores escolares como pais
têm alertado para o facto de se tratar de um parque informático envelhecido. Os
dados da DGEEC indicam que 84% dos equipamentos têm mais de três
anos.
O programa Escola Digital prevê a aquisição de
computadores, conectividades e serviços para dotar as escolas
públicas de meios necessários que permitam a alunos e professores aceder e
utilizar recursos didáticos e educativos digitais.
Além da aquisição de computadores, o programa prevê também
um plano para capacitação digital dos docentes.
O Escola Digital é um programa conjunto dos ministérios da
Educação e da Economia e Transição Digital.
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