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Enfermeiros acusam ARS do Centro de "incúria" na gestão dos efeitos na falta de energia elétrica

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusa a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) de «incúria», e garante que, no fim-de-semana, com o mau tempo e a falta de electricidade, em alguns Centros de Saúde da região foram desperdiçados «milhares de euros» em vacinas que ficaram inutilizadas, devido ao «permanente desinvestimento» da ARSC no seu «acondicionamento».
 «Em muitos Centros de Saúde, a falta de gerador eléctrico ou geradores sem possibilidade de funcionamento, foram motivo causador de um despedício, até ao momento incalculável, de milhares de euros, por se ter quebrado a cadeia de frio de muitas centenas de unidades de vacinas, que requerem a temperatura adequada», escreve a direcção regional de Coimbra do SEP, em comunicado, onde a ARSC é acusada de não investir em equipamento apropriado.
Garante o SEP que o que existe são «frigoríficos inapropriados, sem termómetro, sem gráfico de registo de temperaturas e sem um aparelho que faça a acumulação de energia e consiga manter os frigoríficos a funcionar durante, pelo menos, 48 horas». «Este desinvestimento é, agora, causador do desperdício de milhares de euros que podiam ser alocados a melhores condições de trabalho e de exercício profissional dos enfermeiros e restantes profissionais dos Centro de Saúde», continua o SEP, considerando este «mais um exemplo do subfinanciamento crónico do SNS».

ARSC desconhece casos na região

Confrontado com estas declarações, José Tereso, presidente da ARSC, acusa o SEP de «aproveitamento», garantindo que «não há falta de investimento da ARSC nesta e noutras matérias» e que «a rede de frio que está instituída na região Centro está feita e funciona com todo o rigor».
«Parece-me que é falta de ética tentar aproveitar-se da intempérie para fazer este tipo de críticas», acusa, esclarecendo que está a ser feito um levantamento dos prejuízos causados pelo mau tempo nos centros de saúde e que os resultados serão divulgados hoje em comunicado.José Tereso afiança que «a ARSC assumirá o que possa ter corrido menos bem».
Ontem mesmo foi enviado pela assessoria de Imprensa da ARSC um comunicado onde é garantido não haver «conhecimento de qualquer situação de inutilização de vacinas provocada pela falta de energia eléctrica nos Centros de Saúde da região», não havendo «ruptura de stocks de vacinas ou qualquer hiato na administração das mesmas».
«As situações decorrentes da falta de energia foram prontamente resolvidas com a colaboração das forças locais, nomeadamente bombeiros, protecção civil e IPSS», continua a ARSC, desconhecendo a existência de qualquer situação «de necessidade de inutilização de vacinas». «Todos os Agrupamentos de Centros de Saúde estão preparados para reportar de imediato quaisquer anomalias de forma a que haja uma intervenção célere na resolução de eventuais problemas», conclui a ARSC.


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