OPINIÃO: Autárquicas 2013
Retomo hoje, após período de
interregno pelo facto de ter sido candidato autárquico e simultaneamente responsável
político no distrito de Coimbra pelas candidaturas autárquicas do Partido
Socialista, a minha colaboração com o Diário de Coimbra. Felicito todos os
candidatos de todos os Partidos e de todos os Movimentos! Felicito a Democracia
e todos os portugueses que dignificaram o acto eleitoral com a sua
participação!
E foram, precisamente, estas eleições
autárquicas um momento político marcante para o País e para o Distrito.
No País, o Partido Socialista venceu
as eleições de forma clara seja quais forem os critérios de análise. A
conquista da presidência de 150 Municípios traduziu-se numa grande vitória
eleitoral autárquica que permitiu a conquista da presidência da Associação
Nacional de Municípios Portugueses o que acontece apenas pela segunda vez. A
dimensão da vitória autárquica do PS traduz, inevitavelmente, quatro
evidências: 1) a recuperação da confiança dos eleitores no Partido Socialista
após a derrota eleitoral nas legislativas de 2011; 2) a afirmação dos projectos
políticos e da qualidade dos candidatos autárquicos do PS; 3) a afirmação de
António José Seguro como líder do PS e candidato a Primeiro-Ministro; 4) a
penalização do Governo e das políticas que tem implementado nos últimos dois
anos.
No distrito de Coimbra, o Partido
Socialista alcançou um resultado absolutamente histórico a que corresponde o
melhor resultado de sempre desde que há eleições autárquicas livres e democráticas,
ou seja, desde 1976. Com efeito, em dezassete Municípios
o PS conquistou a presidência de doze (o máximo até hoje havia sido no já
longínquo ano de 1989 com a presidência de dez Municípios) sendo que a votação
nacional no PS foi de 36,25% enquanto que no distrito de Coimbra subiu para
42,24%.
Destaca-se a grande vitória eleitoral
em Coimbra - liderada por Manuel Machado cujas qualidades de competência,
dedicação e empenho foram novamente reconhecidas e que, estou absolutamente
certo, será novamente um autarca capaz de Valorizar Coimbra – que se traduz na
reconquista para o PS da terceira mais importante Câmara do País e a mais
importante da Região Centro. Ou seja, uma das maiores vitórias autárquicas do
PS no contexto nacional!
Destaca-se também a vitória eleitoral
em Vila Nova
de Poiares - liderada por João Miguel Henriques que foi um excelente candidato e
que tem qualidades técnicas, humanas e políticas para ser um grande Presidente de
Câmara - num Município que o PS conquistou pela primeira vez!
O Partido Socialista obteve ainda
importantes vitórias em Miranda do Corvo e Montemor-o-Velho onde recuperou os
respectivos Municípios ambos liderados há 12 anos pelo PSD. Renovou de forma
expressiva vitórias nos concelhos de Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis,
Lousã, Oliveira do Hospital, Penacova, Soure e Tábua.
Também nas Juntas de Freguesia o
Partido Socialista aumentou de forma muito significativa as vitórias eleitorais
(percentualmente, pois só assim é possível fazer esta análise atendendo ao
processo de agregação de freguesias imposto por este Governo), cabendo, aqui,
uma justa e reconhecida homenagem ao contributo de centenas de candidatos às autarquias
de freguesia, gente abnegada, em muitos casos autênticos “arquitectos” de
grandes vitórias eleitorais, homens e mulheres com genuína e verdadeira entrega
ao serviço público e à comunidade que servem.
Tudo junto, o resultado do distrito
de Coimbra traduziu-se na maior vitória autárquica do PS no País, acompanhada
de perto apenas pela Madeira e pelo distrito de Faro! O PS perdeu apenas nos
concelhos de Arganil, Cantanhede, Mira, Pampilhosa da Serra e Penela, onde se
bateu igualmente de for ma digna e honrada pelo que também estes são
vencedores!
Destas eleições duas notas negativas:
1) a elevada abstenção activa (votos brancos e nu los) e passiva (cidadãos que
não votaram). No País a abstenção activa somou mais votos do que o próprio
Bloco de Esquerda. Mo ti -
vos para análise e reflexão! 2) o
recuo de trinta anos do País no apuramento dos resultados eleitorais. No século
XXI, num Mundo de tecnologias e comunicações, é inacreditável a forma amadora e
impreparada como o Estado lidou com a Democracia .
Artigo de opinião, originalmente publicado na edição do Diário de Coimbra de 07.10.2013
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