IP3 - Vila Nova de Poiares contra traçado proposto por Governo
Maioria e oposição estão unidos
contra a proposta apresentada pelo Governo para a nova ligação Coimbra-Viseu. A
proposta recentemente apresentada pelo Governo para o novo traçado do IP3
centrou a discussão na reunião do executivo de Vila Nova de Poiares com João
Miguel Henriques a revelar o seu desacordo com a solução. Uma posição que
recolheu a unanimidade entre a maioria e a oposição. Insatisfeito, o autarca
afirmou que “se for necessário serão tomadas medidas mais fortes para mostrar a
posição” do concelho.
Na sequência de um pedido da
oposição, o autarca revelou que tem mantido contacto com diversos autarcas da
região, bem como com representantes da ANTRAM e das associações empresariais de
Poiares, Lousã e de Viseu. Entidades que, como sublinhou, “estão em uníssono
contra a proposta revelada”.
Custos elevados a todos os níveis
Reconhecendo que “são diversos os
motivos que levam a considerar que a solução defendida pelo Governo não é a
mais correta”, os autarcas apontam “um custo muito mais elevado a todos os
níveis”. Logo à partida, ao nível ambiental, “pois implicará atravessar a Mata
do Buçaco e a Mata de Vale de Canas, destruindo o património natural e
colocando em causa os recursos aquíferos existentes”. Depois, ao nível
financeiro, uma vez que a solução irá implicar a construção de uma série de
obras de arte, nomeadamente uma ponte sobre o Rio Mondego de elevadas
dimensões.
Por outro lado, há ainda a
registar aquilo que será, para o presidente da câmara, um “replicar de
investimentos em infraestruturas onde elas já existem, quando se pode
aproveitar esta oportunidade para dotar territórios, até aqui esquecidos por
parte do Poder Central, dessas mesmas infraestruturas”.
Um IP a entroncar na A13
Mas o executivo de Vila Nova de
Poiares tem uma proposta que pode servir não só o concleho como toda a região
envolvente. Assim, o autarca reconhece a vontade de que o novo IP3 tenha perfil
de itinerário complementar, em vez de autoestrada, e que “a nova ligação devia
partir da zona de Miro / Porto da Raiva, entroncando na A13, a sul de Coimbra”.
Esta alternativa, “para além de
responder às necessidades dos concelhos desta região é a solu- ção que poderá
promover uma efetiva aproximação de Coimbra a Viseu, corresponde ao traçado
mais curto, ao mesmo tempo que contribui para a redução do encargo financeiro
atual do Estado, em matéria de compensação à concessionária pelo reduzido tráfego
rodoviário existente na A13”.
O autarca vai ainda mais longe,
reforçando a ideia de que “optar por esta solução é sobretudo uma questão de
justiça para uma região que ao longo dos anos tem vindo a ser penalizada no que
diz respeito à criação de infraestruturas rodoviárias”.
Reunir reforços na região
O autarca revelou que estão já
agendadas algumas iniciativas, nomeadamente reuniões com a Infraestruturas de
Portugal e secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, a par de
outros encontros com presidentes das câmaras da região.
Mas também com associações
empresariais, nomeadamente a de Poiares (AEDP), da Lousã (AESL) e
representantes da Associação Empresarial da Região de Viseu e da Associação
Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias.