PREVENÇÃO - Serviços prisionais preparam plano para pôr reclusos a limpar florestas
A
Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) está a trabalhar num
“grande acordo” de colaboração com
os ministérios da Agricultura e Administração Interna para envolver reclusos na
limpeza de florestas, disse ontem o diretor daquela entidade.
Em
declarações à Lusa, Celso Manata frisou que o plano “ainda não está completamente desenhado”, mas existe “uma série de frentes” em que os reclusos
podem ser integrados, por exemplo, na plantação de árvores e vegetação “que
possa conter os incêndios” ou na limpeza de matos e florestas.
“Não podemos correr esse risco”
Questionado
sobre o número de reclusos que poderá vir a ser afeto a um plano dessa
natureza, Celso Manata diz que “varia muito em função do que seja trabalho fora
e dentro de muros” das cadeias.
Celso
Manata adiantou que um plano desse tipo, com presos em regime aberto, envolverá
sempre “universos pequenos” de reclusos, como os que prestam serviço há uns
anos na serra de Sintra e na Mata Nacional do Bussaco, no distrito de Aveiro.
“Não podemos apostar em grandes números de
pessoas porque é um risco muito grande (…) Essas pessoas [que defendem a
limpeza das matas por parte dos presos] certamente não compreenderiam que
puséssemos milhares de pessoas em regime aberto e elas começassem a cometer crimes.
Nessa altura seriamos criticados e com fundamento. Não podemos correr esse
risco, preferimos fazer menos mas bem do que muito e mal”, frisou.
O
diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais disse ainda que, quando
assumiu o cargo “havia cerca de 50 a 60 pessoas em regime
aberto a nível nacional, e neste momento são 150” .
“É uma evolução grande, mas jamais podemos
ambicionar ter milhares de pessoas em regime aberto externo, não é exequível”,
explicou.
Outra
opção seria existirem brigadas de reclusos para trabalhos florestais, mas Celso
Manata alega que, nesta altura, esse cenário é “difícil de equacionar”, devido à escassez de guardas prisionais.