RECURSOS HÍDRICOS - Bacia do Mondego (Aguieira) com menos água armazenada

A barragem da Aguieira, situada no rio Mondego, concelho de Mortágua (e Penacova), regista um dos mais baixos níveis de armazenamento de água, dos últimos anos, situando-se nos 62,4 por cento em agosto. É cerca de menos 12 a 13 por cento do que em igual período do ano passado e em relação à média anual desta época do ano.


Situação semelhante (em comparação com o ano passado), regista-se na quantidade de água armazenada nas restantes quatro albufeiras da Bacia Hidrográfica do Mondego: Fronhas (27,1%), Lagoa Comprida (74,4%), Caldeirão (59,1%) e Vale do Rossim (38,3%), por ordem decrescente de dimensão e, portanto, capacidade de armazenamento.
O Sistema Nacionalde Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) revela que 21 das 60 albufeiras monitorizadas têm disponibilidades inferiores a 40 %
Ressalva-se, contudo, que o volume de armazenamento da Lagoa Comprida está acima da média. No total de capacidade da Bacia Hidrográfica do Mondego, a disponibilidade hídrica é de 58,2 %, menos 10 % do que a média anual e do que em agosto do ano passado (Aguieira e Fronhas são determinantes no conjunto, representando mais do dobro da capacidade de armazenamento total). É uma percentagem acima das bacias do Sado, Oeste e Arade, mas abaixo das restantes grandes bacias, como são os casos do Ave, Guadiana, Cávado, Douro e Tejo.

Cabril e Castelo de Bode

Quando a outras duas barragens da região Centro – situadas na Bacia Hidrográfica do Tejo –, Cabril (Pedrógão Grande) está abaixo da média, com 48,6% da capacidade máxima, mas Castelo de Bode (Tomar) está acima dos registos médios, com 80,1%. No geral, a quantidade de água armazenada em agosto desceu em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, comparativamente ao mês anterior, segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
Os armazenamentos de agosto de 2017, por bacia hidrográfica, apresentam-se inferiores às médias dos valores do mesmo mês nos períodos referência de 1990/91 a 2015/16
Das 60 albufeiras monitorizadas, nove apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total, mas 21 têm disponibilidades inferiores a 40%. Em agosto, os níveis de armazenamento ficaram abaixo da média em nove bacias hidrográficas e apenas três apresentaram valores superiores.

Em conclusão, os armazenamentos de agosto de 2017, por bacia hidrográfica, apresentam-se inferiores às médias dos valores do mesmo mês nos períodos referência de 1990/91 a 2015/16, exceto para as bacias do Cávado, Ave e Arade.

No obstante estes baixos valores, não há quaisquer indicações de dificuldades de abastecimento de água às populações.

António Rosado – Diário As Beiras