TURISMO - Pedro Machado quer interior como “destino de luxo”
Pedro Machado tomou ontem posse como presidente da TCP no “Parador Casa da Ínsua”, em Penalva do Castelo. Reeleito para o cargo no passado dia 6 de julho, o doutorando em Turismo lembrou “o percurso notável” dos últimos cinco anos e apontou alguns dos objetivos a que vinculou a nova Comissão Executiva da entidade. Um órgão que conta com duas caras novas: João Azevedo (presidente da câmara de Mangualde) e Maria do Céu Albuquerque (presidente da CIM Médio Tejo).
Sobre o trabalho desenvolvido no período 2013-2018, o presidente referiu que a taxa média de crescimento ronda os 15 por cento. Um número que, como fez questão de frisar, não resulta apenas da “onda de crescimento de turistas” que se sente a nível nacional, mas fundamentalmente da “coesão do território Centro de Portugal”. O trabalho conjunto com as oito Comunidades Intermunicipais (CIM) permitiu que a estadia média atingisse os 1,8 dias e que a taxa de ocupação média seja da ordem dos 50 por cento.
Outra dos aspetos positivos salientados por Pedro Machado diz respeito aos 208 milhões de euros de investimento conseguidos no anterior quadro comunitário e que levou a que tivessem surgido 20 novas unidades hoteleiras de quatro e cinco estrelas e a requalificação de 40 espaços em toda a região Centro. O próprio Alojamento Local (AL) já ultrapassou as unidades tradicionais, havendo o registo de 54 mil camas neste tipo de espaço. A qualificação da oferta deu passos positivos, mas o responsável reconheceu que o processo está “inacabado”.
Todo este cenário agrada a Pedro Machado, mas sente que a região pode e tem condições para fazer “mais e melhor”. Daí que, perante todos os elementos da Comissão Executiva e do Conselho de Marketing, tenha deixado aquele que é o maior desafio da entidade regional: “tornar o Interior do Centro de Portugal o local por excelência do turismo de luxo no século XXI”.
Um objetivo que, de acordo com o presidente da TCP, não é muito difícil de alcançar, pois esta zona tem todas as condições para conquistar este estatuto. “Temos aqui coisas que tornam este território único a nível nacional e internacional”, afirmou.
Dirigindo-se à diretora regional de Agricultura e Pescas do Centro — Adelina Martins —, o reeleito presidente da TCP pediu para a sua entidade ter “uma voz ativa” na definição das políticas de aproveitamento da fileira da floresta. Quanto aos fundos comunitários, e depois do sucesso do modelo de cogestão das verbas comunitárias neste quadro (Portugal 2020), Pedro Machado entende que o turismo deve ser o eixo estruturante para toda a região do Portugal 2030. E explicou porquê: “é um instrumento poderoso para criarmos equilíbrios e coesão”.
A revisão do Plano de Marketing, quatro anos depois da sua aprovação, e a aposta na captação de produções cinematográficas internacionais para o Centro são outros dos trabalhos que a nova equipa da TCP enfrenta neste mandato.
“Mudar o chip”
Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, elogiou o trabalho desenvolvido pela entidade regional nos últimos anos. Um esforço que, recordou a governante, permitiu ao Centro ser a região que mais cresceu em termos turísticos no ano passado.
O grande esforço dos privados e a forte mobilização das câmaras municipais e das CIM foram, segundo Ana Mendes Godinho, fundamentais na dinâmica registada em todo o território e que lhes permitiu “reagir” de forma positiva às adversidades (leia-se, fogos florestais de junho e outubro) sentidas.
Como tal, a secretária de Estado sente que está na hora de “mudar o chip”, vendo na questão “turismo de luxo do século XXI” uma oportunidade que a região não deve desperdiçar. E olhando para a unidade hoteleira onde estava — antigo solar do século XVIII —, a governante reconheceu que o “Parador Casa da Ínsua” é já um dos ex-libris desta aposta. “O luxo é isto: a autenticidade, a genuinidade”, frisou.
Para ajudar a este objetivo, Ana Mendes Godinho anunciou a criação de uma bolsa de investimento de 120 milhões de euros para o Centro. “20 por cento desse valor pode ser convertido em não reembolsável para os investimentos feitos no Interior do país”, disse. Uma aposta clara na fixação de nova população ou no regresso daqueles que tiveram de sair para procurar uma vida melhor noutros locais.
António Alves – Diário As Beiras
Os órgãos sociais da TCP, para o período 2018-23, são os seguintes:
Comissão Executiva:
Pedro Manuel Monteiro Machado (Presidente)
João Nuno Ferreira Gonçalves Azevedo (Presidente da Câmara Municipal de Mangualde)
José Agostinho Ribau Esteves (Presidente da Câmara Municipal de Aveiro e da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro)
Maria do Céu de Oliveira Antunes Albuquerque (Presidente da Câmara Municipal de Abrantes e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo)
Jorge Manuel da Silva Almeida (Vice-Presidente da AHRESP)
Mesa da Assembleia Geral:
Presidente da Mesa: Luís Manuel dos Santos Correia (Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco)
Secretário da Mesa: Manuel Augusto Soares Machado (Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e da Associação Nacional de Municípios Portugueses)
Conselho de Marketing:
Gonçalo Nuno Bértolo Gordalina Lopes (Vice-Presidente da Câmara Municipal de Leiria)
Pedro Miguel Ferreira Folgado (Presidente da Câmara Municipal de Alenquer e Presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste)
José Eduardo Arimateia Antunes (Grupo Visabeira)
António Luís Vaz da Veiga Camões (Associação da Hotelaria de Portugal)
Victor Jorge Paiva Leal (Presidente da Associação Termas de Portugal)
Paulo Alexandre Bernardo Fernandes (Presidente da ADXTUR – Associação das Aldeias do Xisto)
António dos Santos Robalo (Presidente da Aldeias Históricas de Portugal - Associação de Desenvolvimento Turístico)
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