VIDA AUTÁRQUICA - Amianto retirado, obras começadas e outras inacabadas, "dominaram" a última Assembleia Municipal
O Auditório da Biblioteca voltou a ser palco para a
realização da Assembleia Municipal de Penacova, este sábado, dia 26. Sem grande
efervescência de público como tinha acontecido com a anterior sessão, nesta há
assinalar a entrega de uma moção, por parte da bancada do PS, assinada por
Conceição Veiga, a qual se regozija, que entre a lista das 578 escolas em que o
Governo vai intervir, na retirada do fibrocimento, «incluem- se a Escola
Secundária de Penacova e a Escola Básica de S. Pedro de Alva», sendo também
elogiada a riqueza das Praias Fluviais, do Reconquinho e do Vimieiro, que a par
de outras riquezas paisagísticas e de lazer, não falando da gastronomia, torna
o território penacovense como sendo um itinerário a escolher nas suas férias cá
dentro.
José Travassos de Vasconcelos - A Comarca de Arganil
Respeitante à moção apresentada, que irá ser enviada ao
Ministério da Educação, não caiu bem nas hostes da bancada do PSD, sobretudo a
parte final, onde se lê que «esta intervenção planeada pelo Governo reflete um
marco importante e assinalável, pois entendemos que um País e no nosso caso um
Concelho sem amianto nas suas Escolas, será um marco do Governo do Partido
Socialista, que ao longo dos últimos anos tem vindo a empreender um enorme
esforço na defesa da escola pública» e por isso que «a Assembleia delibere
um voto de agrado e regozijo pela intervenção levada a cabo pelo Governo de
Portugal nas escolas do concelho e do país, com vista à remoção do amianto nos
equipamentos escolares», na voz do seu líder Mauro Carpinteiro, a moção,
embora aprovada por maioria, teve 8 votos contra da bancada do PSD, «não pelo
regozijo da retiração do fibrocimento, mas como foi apresentada para agradecer».
António Fernandes, com a Serra da Atalhada a ser notícia
novamente, referiu que seria justo que uma parte da verba do contrato com a
SOPORCEL, entidade que explora aquele espaço, fosse atribuída à Freguesia de
Friúmes. Não deixou de recordar também que aquando das lavragens não foram
acautelados os cursos de água existentes, e por isso as águas, vindas desgovernadas,
levaram terras pela frente e desta vez provocaram a derrocada do muro de
suporte do recinto da capela de Zagalho e Vale Conde, «colocando em risco o
coreto secular existente no local».
Vítor Rafael Lopes Silva falou dos bons ares de Penacova,
bem como das suas praias fluviais, galardoadas com bandeiras que lhe dão qualidade
ambiental em todos os aspectos, não esquecendo a Rota da Estrada Nacional 2, o
Roteiro do Arista, a gastronomia, pois, como referiu, «até a Barca Serrana
voltou a flutuar» e por todo este trabalho desenvolvido elogiou a forma como
Humberto Oliveira e suas equipas, têm colocado bem acima o nome de Penacova na
área turística, associando não só «as fabulosas praias fluviais, singulares doces
conventuais, como as imponentes e belas formações rochosas ou sumptuosos
mosteiros».
Cristina Maria Roma falou sobre a água na freguesia
de Friúmes, que peca pela quantidade e pela qualidade, «com 10 anos de promessas
sem fim à vista», enquanto os Moinhos da Serra da Atalhada e Portela da
Oliveira, incluindo o bar-restaurante, estão abandonados, rodeados de ervas, que
dão má imagem e sobre a pista da Serra da Atalha- da pediu para que o último relatório
de 2015, sobre as actividades que ali têm sido realizadas, lhe fosse solicitado.
Luís Amaral, sendo seu hábito elogiar pessoas pelos
seus feitos, mesmo pequenos que eles sejam, mas que marcam a pessoa humana,
trouxe um pormenor diferente, que tem a ver com um cão que, sendo atropelado,
logo foi socorrido pelo veterinário Pedro Rodolfo Assunção, que mesmo estando
longe e na hora do almoço, acorreu ao chamamento, salvando assim o animal. Como
disse, «ele foi hoje um autêntico bombeiro».
Sérgio José Assunção falou da revisão das águas e dos
resíduos a apresentar à AERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e
Resíduos, apontando também a necessidade da Zona Industrial da Alagoa passar a
usufruir de fibra ótica, pois os seus utentes carecem de uma comunicação mais
rápida. Sobre a pista de “Kartcross” da Serra da Atalhada, fez algumas considerações,
«que se encontra abandonada» e sobre a Casa do Monte perguntou como está a
situação deste espaço.
Vasco Viseu, depois de manifestar, como presidente da
Junta de Freguesia de Penacova, o seu regozijo quanto à manutenção de mais uma
bandeira azul na Praia do Reconquinho, que «a National Geographic a classifica
como uma das praias fluviais mais bonitas do nosso país», e atendendo à
situação que se atravessa, será «bom que Penacova seja divulgada e reconhecida
como um destino seguro». Como bombeiro, salientou o papel que está a
desempenhar o Serviço Municipal de Protecção Civil, tendo como colaborantes o
Centro de Saúde, Bombeiros e IPSS. Sobre a vespa asiática, informou que foram
colocadas neste primeiro trimestre 459 armadilhas, resultando a captura de mais
de 20.000 vespas, reduzindo assim a entrada dessas vespas no território das
abelhas. Relativamente à defesa dos incêndios, na freguesia de Sazes do Lorvão
foram intervencionados 22kms de estradas, trabalho que continuará, e vão ser
construídos, através de projecto, anéis de segurança à volta das aldeias,
«promovendo a reconversão florestal dentro desses anéis de segurança». Informou
também que estão a ser construídos dois parques de recolha de biomassa agrícola
por freguesia.
Reconhecendo o papel que o arquitecto Vasco Morais tem
desenvolvido em toda a dinâmica o Serviço Municipalizado da Protecção Civil, deixou
a mensagem «para aqueles que, por desdém ou ignorância, acham que o SMPC só
serve para passear as camisolas, pelo contrário, devem ter muito orgulho na camisola
que passeiam e que vestem». E a finalizar deixou este pedido à Câmara, para que
«faça chegar ao IEP a necessidade de intervenção da Estrada Nacional 2, entre a
Carvoeira e a Ronqueira».
Jorge Pires, debruçou-se sobre o Centro Histórico de
Lorvão, perguntando em que pé está o seu projecto, não deixando de lembrar, que
se for criado no antigo hospital um hotel, seria uma boa ideia.
Alcino Filipe
Francisco, que ao cumprir a promessa enquanto não entrasse em obras de
requalificação da estrada da sua freguesia – Carvalho – não assistiria a mais
sessões da assembleia, o que cumpriu, mas agora veio para agradecer ao executivo
camarário a obra que se encontra em execução, dizendo que «vale mais tarde do
que nunca», embora reconheça as dificuldades que o Município tem para levar a
cabo «este grande projecto», não deixando de recordar que sendo o último mandato
deste executivo, «foi o que mais contribuiu para o bem-estar das gentes da sua
freguesia», pois esta «foi uma obra que deixou de estar no papel, passando para
o terreno».
Carlos Sousa alertou para o estado em que se encontram os caminhos
da sua freguesia, «cujos arbustos até já impedem a circulação das pessoas»,
comentou também a riqueza que são as praias fluviais, destacando a do Vimieiro,
em S. Pedro de Alva, com um restaurante renovado, graças ao empreendedorismo de
três jovens, «um projecto que espera ir mais além, sendo-lhes dado os devidos apoios»
e reconheceu o trabalho do presidente da União de Freguesias, Vítor Cordeiro,
que muito se tem empenhado na melhoria da quele espaço.
Pedro Miguel Silva Dinis reportou-se aos transportes,
já iniciados em diversos itinerários, por parte da TRANSDEV, deixando uma
palavra de apreço quer ao executivo camarário, quer às populações, que
«chamaram à razão a empresa», contudo, como afirmou, «a mola não pode ser
aliviada, porque ainda há itinerários que carecem de ser reforçados», tanto mais
que as populações sem transportes, vinca mais o seu isolamento.
Luís Pechim, presidente da União de Freguesias de Oliveira
do Mondego e Travanca do Mondego, abordou também os transportes públicos, bem
como as obras do IP3, que vão prosseguindo, mas apontou algumas situações que
ainda não tiveram audição da parte de quem é responsável.
Mauro Carpinteiro, aplaudiu a mostra, em termos de
publicidade, o que de melhor tem este concelho, e questionou sobre as verbas
aplicadas na estrada de Carvalho e o que se fez quanto à regeneração urbana
quer de Penacova, Lorvão ou S. Pedro de Alva e perguntou: «onde estão os projectos?».
Falou também do Orçamento Participativo, e da criação do canil municipal.
Pedro Alpoim, depois de afirmar que os deputados do
PSD «só sabem criticar o actual executivo e antes de 2009 quais os projectos
que foram executados», enumerando depois os projectos que o actual executivo,
durante os mandatos subsequentes, executou, particularizando a melhoria das vias
rodoviárias na freguesias, o desporto federado, a cultura, e que, enquanto isso,
«onde andavam estes defensores do PSD que hoje dizem que pouco ou nada se
fez?», apesar deste executivo ter passado por fortes abalos financeiros, com os
incêndios, com as intempéries e agora com a pandemia». E ouvindo dizer que só o
PSD faz bem no concelho, fazendo críticas, reconheceu que, assim, «o PSD de
Penacova não é alternativa para nada». E dirigindo-se ao presidente da Câmara,
disse que «estamos consigo na defesa dos penacovenses»
O Presidente respondeu
Humberto Oliveira esclareceu que a obra da retiração do
fibrocimento vai ser efectuada, não deixando o Município de colaborar com o
Ministério da Educação; os assuntos sobre Friúmes, a derrocada apontada vai ser
feita, desde que haja financiamento para o efeito, quanto ao problema da água,
«é um processo que vai ser concluído, aumentando a conduta que sai do Vale
Maior» e com esta colocação vai ser melhorada a via de comunicação; há projecto
para a Serra da Atalhada, que deve nascer com qualidade, incluindo a abertura
do restaurante; e sobre a pista, a empresa que a explorava deixou de ter
condições, havendo interessados para a explorar.
Reconheceu o que foi feito sobre a marca turística de Penacova,
e sobre a Casa do Monte vai avançar, «já que uma parte foi intervencionada».
Sobre as comunicações no polo industrial da Alagoa, é um processo que vai ser
analisado, com qualidade, tal como merecem as empresas. Quanto ao tarifário da
água e do saneamento, «até lá há um grande caminho a percorrer, com análise
profunda e discussão aberta».
A obra do saneamento da Carvoeira foi cancelado, mas a via «terá
que ser melhorada». Relativamente a Lorvão, é de opinião que primeiro deve
ser intervencionado o Centro Histórico e depois pensar no Hotel. E porque os
financiamentos só foram aprovados para as sedes do concelho, é por isso que se aproveitaram
para requalificar o antigo tribunal, incluindo o campo de ténis e o Parque
Verde, em Penacova, cujas obras vão ser inauguradas brevemente. Quanto ao
Centro Interpretativo de Lorvão este vai avançar, assim que esteja aprovada a candidatura.O
Orçamento Participativo não está esquecido, mas o projecto do canil não foi aprovado.
Deixou alguns esclarecimentos sobre os transportes e sobre o IP3, a ligação ao
Alto das Lamas e outras situações serão para analisar.
Não deixando de ter orgulho daquilo que foi feito, o
presidente da Câmara acrescenta que «há muito mais para fazer».
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