ENSINO - Plano Nacional das Artes já levou 65 escolas do país a criarem projetos culturais
O Plano Nacional das Artes (PNA), desencadeado em junho de 2019, levou já 65 escolas de Norte a Sul do país a executarem projetos culturais, tendo em conta a diversidade sociocultural, patrimonial e artística do território onde se inserem.
Isto significa que estas 65 escolas já têm delineadas a temática, o propósito ou o "caminho cultural" que querem seguir, estando os seus programas em fases diferentes de desenvolvimento, disse hoje à Lusa o comissário do PNA, Paulo Pires do Vale, no Porto.
As escolas que já avançaram com o Projeto Cultural de Escola, integrado na área dedicada à "Educação e Acesso" do plano, criaram um cargo de coordenador em cada, que é responsável por desenhar o programa cultural adaptado ao contexto, em parceria com as autarquias, as estruturas artísticas e a comunidade educativa.
Há escolas com projetos em fase mais embrionária, outras mais avançadas e com atividades mais pensadas, mas o objetivo é começar, sublinhou.
Paulo Pires do Vale
adiantou que a finalidade deste projeto cultural nas escolas é o de cruzar
vários saberes, diferentes disciplinas e garantir o acesso dos alunos à fruição
artística e produção cultural.
Ainda neste eixo de
ação, o comissário adiantou que cerca de 15 escolas já arrancaram com o Projeto
Artista Residente, recebendo um artista nas suas instalações durante o ano
letivo.
Além de ter um
ateliê na escola, o artista tem a responsabilidade de apoiar a comunidade
educativa, introduzindo mais processos e práticas artísticas.
Estes artistas são
financiados pelo PNA ou em conjunto com outras entidades, nomeadamente câmaras
municipais, revelou.
Outra das medidas
que já está em curso passa pelo desenvolvimento do Índice de Impacto Cultural
das Organizações, instrumento de medição que está a ser desenvolvido em
parceria com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa.
À semelhança dos
Índices de Impacte Ambiental, este índice tem por objetivo parametrizar e
quantificar o impacto cultural das organizações (desde municípios a empresas
privadas), promovendo e dando visibilidade ao contributo das artes e do
património na qualidade de vida das comunidades, explicou.
Igualmente em
marcha está a criação de um Plano Estratégico Municipal Cultura-Educação, que
está a ser desenvolvido na Universidade do Minho (UM), e que tem como propósito
ajudar as autarquias a repensar a sua atuação na área da cultura.
Depois de traçadas
as linhas orientadoras deste modelo, Paulo Pires do Vale contou que as fases
seguintes passam por dar formação aos técnicos e vereadores dos municípios,
fazer o mapeamento do setor da cultura no seu território e desenhar o plano
estratégico.
O PNA é uma
iniciativa das áreas governativas da Cultura e da Educação, e é desenvolvido em
parceria com a administração local, entidades privadas e sociedade civil,
assumindo como missão dar um lugar central às artes e ao património, na
formação ao longo da vida.
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