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OPINIÃO - Quem mata o futebol formação?



Início do jogo: começamos igualados - “zero-zero” no marcador.

Duas equipas que, por mais diferenças físicas e comportamentais possam ter, vão defrontar-se. As pontuações ainda pouco lhes importa (a ambas), ou não fossem todos “meninos com o vício do jogo”.

Sete contra sete, o árbitro inicia o jogo.

Poucos minutos passam do tempo que já por si só se adivinha escasso e um jogador cai ao chão.

Os colegas da sua equipa reclamam para o árbitro: “é falta!!”, e enquanto o “lesionado” é acarinhado por um atleta cheio de “fair play” da equipa contrária, de fora das quatro linhas ouve-se o treinador dizer: “é falta de jeito!!!”.

O jogo acaba.

A equipa perdedora sai de cena, com uma derrota feia nos ombros.

Alguns deles choram e enquanto uns acenam aos pais, agradecendo, a assistência dos meninos da casa insulta o árbitro e os jogadores visitantes.

Para quem anda no mundo do futebol formação sabe do que falo.

Quem mata o futebol formação são os adultos.

Aqueles que se deviam achar capazes de equilibrar o ambiente.

Os que deviam incentivar e primar pela educação e o respeito; aqueles que deviam dar o exemplo, são aqueles que detonam a motivação dos que não ganham, dos que não conseguem resultados, independentemente da qualidade que possam ter.

Todos os pais gostariam de ter um “mini Ronaldo” em casa, por tudo o que isso pudesse representar.

Alguns deles gostavam, só pelo prazer de dizer ao próximo: “o meu filho é melhor que o teu!” e muito poucos gostavam, pelo prazer que o futebol possa causar ao seu filho enquanto jogador.

Muito poucos pensam no bem-estar dos seus rebentos. Comportam-se como autênticos “hooligans” caseiros, provocando vergonha, insultando, agredindo e até influenciando jogadas tão simples de serem concretizadas só pelo simples facto de estarem a provocar a desconcentração dos jogadores.

O futebol formação Conimbricense não é exceção.

Assistimos a situações incómodas, desagradáveis e irreais.

O que fazer perante esta realidade? Apelar ao bom senso em textos como estes: dando “dicas”.


Parece-me muito difícil conversar com um adulto sobre “bom senso no futebol formação”, correndo o risco de também nós sermos insultados.