REGIÃO DE COIMBRA - Apresenta Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas
A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC)
promoveu, ontem, 1.º Congresso de Adaptação às Alterações Climáticas da Região
de Coimbra. Iniciativa no âmbito da elaboração do Plano Intermunicipal de
Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC) pela CIM-RC – a primeira comunidade
a ter este plano –, numa espécie de “alerta” para o futuro do planeta e, em
particular, da região conimbricense.
Neste momento, a CIMRC tem já 4,5 milhões de euros de
projetos aprovados para serem implementados subsequentes a este plano.
João Ataíde, presidente da CIM-RC, iniciou os trabalhos e
considerou a apresentação “absolutamente
ilustrativa”, pois “faz o
diagnóstico e o prognóstico. Aponta-nos para a necessidade de intervenção e é
um documento para futuro, de ordem prática e que visa o quotidiano em várias
áreas”. O documento aponta ainda “medidas
preventivas na área territorial, portanto, mexe com as pessoas e território”.
“Para nós, este
documento será um guia prático para a definição de estratégias”, disse
ainda Ataíde, considerando, por outro lado, que o PIAAC “também servirá para sustentar ações no domínio da sustentabilidade, que
consideramos necessárias”.
Vontade
política
No entanto, para que a aplicação possa ser mais efetiva, é
preciso vontade política. “A alusão do
professor João Loureiro é o desafio às autarquias e Governo. Nós, autarquias, e
principalmente no espaço intermunicipal, não podemos deixar de o ter em
consideração quando fazemos as nossas opções”, explica. “Tudo o que estamos a fazer, no domínio
material e imaterial, tem de ter em consideração estes aspetos”, continua
lembrando, aliás, que “já muitas das
nossas ações têm por base os apontamentos aqui feitos”. A CIM-RC é a
primeira a ter este plano, mas Ataíde acredita que, no futuro, todas terão de o
ter. “Além disso, já temos um plano de
riscos e, no âmbito da eficiência energética, também já sustentámos alguns
projetos. Embora estejamos aqui ao nível do lançamento, já estamos, com os
apontamentos aqui colhidos, a apontar soluções de ordem prática”.
Documento
com 1.300 páginas
Ao longo de 1.300 páginas, o PIAAC aborda temáticas que vão
da alimentação, floresta, áreas naturais, recursos hídricos, estuários e zonas
costeiras, infraestruturas e energia, turismo e saúde.
João Loureiro, do Centro de Ecologia Funcional da
Universidade de Coimbra (CEF-UC), apresentou a obra, que identifica vários
problemas e aponta algumas medidas de intervenção.
“Acho que
conseguimos, em áreas temáticas tão importantes para a nossa região, caracterizar
a situação atual e perceber quais os problemas atuais”, adianta João
Loureiro. Lamenta, contudo, que, “infelizmente
não tínhamos tantos dados como gostaríamos, mas conseguimos depois, com
aplicação de cenários, tentar perceber o que será o futuro”.
Para o responsável, a vantagem deste plano, mesmo a nível
das medidas que propõe, é que “nada que
está lá é genérico”. Ao contrário, as propostas “são específicas para a região de Coimbra, baseiam-se nos dados da
região, em caracterizações físicas e demográficas, mas também com parte social
muito importante, que muitas vezes não está presente nos PIAAC”.
José
Armando Torres – Diário As Beiras
Sem comentários
Leia as regras:
1 - Os comentários ofensivos não serão publicados.
2 - Os comentários apenas refletem a opinião dos seus autores.